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2012 - Livro Vermelho 2013

Siparuna bifida (Poepp. & Endl.) A.DC. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Com ampla EOO, ocorrendo em Unidades de Conservação e não sendo endêmica do Brasil, não está ameaçada, mas a espécie coletada em Belém, pode ser de determinação duvidosa, pois está muito distante de sua faixa de ocorrência e não foi identificada pelo especialista. Pode diminuir muito seu EOO.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Siparuna bifida (Poepp. & Endl.) A.DC.;

Família: Siparunaceae

Sinônimos:

  • > Siparuna glossostyla ;
  • > Citriosma bifida ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Prodr. 16(2): 652. 1868. Espécie caracterizada por apresentar inflorescências geralmente bifidas, frutos com recpetáculo curto-tuberculado, folhas elípticas a lanceoladas com nervuras secundárias inconspícuas e flohas adultas subglabras; morfologicamente, as espécies mais próximas são S. krukovii e S. reginae, espécie monóicas, e S. cervicornis, espécie dióica. Nomes populares: "Caá-pitiú" e "Capitiú da mata" (Renner; Hausner, 2005); quando estéril é comumente identificada como S. guianensis, o que atrapalha uma boaavaliação da espécie (Peixoto, com. pessoal).

Dados populacionais

Em estudo fitossociológico do componente arbóreo, na RPPN Mata do Jambreiro, município de Nova Lima, estado de Minas Gerais, apresentou 1 indivíduo em três áreas amostrais de 150m de comprimento cada (Versieux et al., 2011).

Distribuição

Ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Peixoto, 2012); em terras baixas atingindo no máximo 1100m de altitude (Renner; Hausner, G., 2005).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos ou arvoretas, raramente árvores, podendo atingir de 2-11(-20)m de altura; dióicas (Renner; Hausner, G., 2005); terrícolas (Peixoto, 2012); floresce em Outubro e frutifica em Março (Pereira-Moura, 2002).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porqueexiste pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pelaespeculação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar florestaem área agrícola (Simões; Lino, 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual do Rio Doce, no estado de Minas Gerais; Reserva Florestal Companhia Vale do Rio Doce, no Espírito Santo; Reserva Ecológica do Humaitá, no Acre; Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso (CNCFlora, 2012).

Referências

- PEIXOTO, A.L. Siparuna bifida in Siparunaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014544>.

- RENNER, S.S.; HAUSNER, G. Siparunaceae. Flora Neotropica. p.1-247, 2005.

- PEREIRA-MOURA, M.V.L. Siparuna (Monimiaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.202-206, 2002.

- PEIXOTO, A.L. Siparunaceae. In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Plantas da Floresta Atlântica. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.475, 2009.

- FERREIRA, L. V.; VENTICINQUE, E.; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas., Estudos Avançados, v.19, n.53, p.157-166, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- VERSIEUX, L.M.; MEDEIROS, M.C.M.P.; SPÓSITO, T.C.S.; STEHMANN, J.R. Characterization of the tree component in a semideciduous forest in the Espinhaço Range: a subsidy to conservation., Revista Caatinga, Caraúbas, Universidade Federal do Semiárido, v.24, p.85-94, 2011.

Como citar

CNCFlora. Siparuna bifida in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Siparuna bifida>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:15:07